Variações para piano despreparado
Paulo Roberto Pires
26.10.12
Com 15 minutos de atraso, um Keith Jarrett que parece minúsculo entra no palco do Teatro Municipal. Reluzente, o Steinway está no proscênio. A cortina vermelha permanecerá fechada. Depois de agradecer aos aplausos, ajeita o banco em frente ao teclado, como se buscasse um centro ideal.
Rastros dos trópicos
Bernardo Oliveira
16.10.12
Não se pode negligenciar um aspecto geral e inegável do fenômeno tropicalista, de certa forma reavivado pelo lançamento do documentário Tropicália, dirigido por Marcelo Machado, e por Tropicália lixo lógico, novo álbum de Tom Zé. Está certo dizer que, com a força de um sobressalto, serviu de epílogo para um país que ficou para trás, mas que de certa forma continuou nos habitando.
Imbatível ao extremo
Paulo da Costa e Silva
04.10.12
É tão imensa a riqueza de temas e assuntos suscitados pela obra de Jorge Ben que admira que ele praticamente não tenha sido contemplado por críticos e ensaístas da canção. Apesar do sucesso mundial e das vozes que se ergueram para exaltar a sua grandeza (Caetano, Gil, Mautner, Tárik, Tatit!), Jorge Ben tem sido amplamente subestimado pela história de nossa música.
A ridícula ascensão do “Gangnam Style”
Alexandre Matias
21.09.12
A esta altura do campeonato, você já deve ter sido atropelado por um vídeo em que um coreano de smoking azul dança como se estivesse cavalgando um cavalo dentro um estábulo - os cavalos do lugar apenas olham enquanto ele pula de pernas arqueadas e gira a mão acima da cabeça como se estivesse prestes a jogar um laço invisível.
Polêmica!
Rodrigo Alzuguir
10.09.12
Quando ouviu "Rapaz folgado", cantado por Noel no Programa Casé e ecoado por colegas nas rodas de compositores, Wilson deu o troco - por gaiatice e senso de oportunidade - com "Mocinho da Vila", em que aconselhava Noel a cuidar de seu microfone e deixar quem era malandro em paz. No breque final do samba, orgulhava-se: "modéstia à parte, eu sou rapaz" (folgado?).
Os maxixes no exterior (parte I): o caso de La Mattchiche
Alexandre Dias
17.08.12
Nas partes 1, 2 e 3 da trilogia sobre o maxixe Dengoso vimos que esta peça é um caso sui generis na história da música brasileira, sendo possivelmente o primeiro hit brasileiro internacional, a partir de 1913. Porém Dengoso pegou carona em um fenômeno muito maior: a febre do maxixe no exterior.
O Benny Goodman da gafieira
Paulo Roberto Pires
04.08.12
Ouvir Severino Araújo era como ouvir um Benny Goodman curtido em Underberg na Praça Tiradentes. Ouvir Severino Araújo era, aliás, impossível: dançava-se com Severino Araújo à frente da insuperável Orquestra Tabajara que ele comandou com brio de 1938 e, de forma honorária, até este 3 de agosto de 2012, quando morreu aos 95 anos.
Um maxixe nos Estados Unidos – A incrível história de “Dengoso” (parte III)
Alexandre Dias
16.07.12
Não existe um manuscrito autógrafo de Dengoso no espólio de Nazareth e o próprio compositor nunca a incluiu em nenhuma de suas listagens manuscritas. Então por que a atribuímos a Nazareth? Listo abaixo as principais evidências.
Um maxixe nos Estados Unidos – A incrível história de “Dengoso” (parte II)
Alexandre Dias
02.07.12
Após 1914 o sucesso do maxixe no exterior caiu abruptamente, passando a receber poucas novas edições e gravações, sendo possível que a 1ª Guerra Mundial tenha influenciado nesta queda. Porém, a partir de 1932, começam a surgir algumas re-edições da música, que passa a aparecer frequentemente sob o título de Dengoza.
Um animal grotesco
Antônio Xerxenesky
27.06.12
Poucas bandas de pop contemporâneo passaram por tantas mudanças quanto a americana Of Montreal - ou pelo menos do gênero indie pop, um gênero por si só indefinível, pois o conceito de independente está em constante movimento, e Of Montreal é uma das provas desse movimento. O grupo tocou ontem em São Paulo e a performance serve de exemplo das múltiplas máscaras que Kevin Barnes e companhia são capazes de assumir.
