Brasília, capital Recife
José Geraldo Couto
25.09.12
O cinema de Pernambuco venceu de goleada o Festival de Brasília, que acabou ontem (24 de setembro). Numa situação rara, Era uma vez eu, Verônica, de Marcelo Gomes, e Eles voltam, de Marcelo Lordello, dividiram o prêmio de melhor filme.
Paul Schrader, inventor de infernos
José Geraldo Couto
14.09.12
Filho de calvinistas severos, Paul Schrader - que vem ao Brasil este mês, trazido pelo Museu da Imagem e do Som de São Paulo - não pôde ver nenhum filme até completar dezoito anos. Um novo horizonte se abriu então: abandonou o projeto familiar de se tornar pastor e foi estudar cinema na Califórnia.
Giorgetti, a ditadura e a história do cotidiano
José Geraldo Couto
07.09.12
Cara ou coroa, o novo filme de Ugo Giorgetti, é uma crônica da época da ditadura bem mais matizada, complexa e, ao mesmo tempo, saborosa. Ambientado em 1971, portanto auge da ditadura, é, paradoxalmente, o filme mais leve e menos sombrio da recente produção do diretor (que inclui os melancólicos O príncipe, Boleiros 2 e Solo).
Intocáveis, ou a salvação da Europa pelos negros
José Geraldo Couto
30.08.12
Intocáveis é um fenômeno: lançado em novembro de 2011 na França, o filme de Olivier Nakache e Eric Toledano foi visto visto por 20 milhões de espectadores em seu país, mais 8,5 milhões na Alemanha, 2,5 milhões na Itália e outros tantos na Espanha. O que explica tamanho sucesso?
O som ao redor e a primavera pernambucana
José Geraldo Couto
24.08.12
O som ao redor, de Kleber Mendonça Filho, é um filme assombroso, nos melhores sentidos que a palavra possa sugerir. Mas não se trata de um epifenômeno, de um mero produto do acaso. Por um lado, ele é resultado do processo de amadurecimento artístico do diretor recifense, que já tinha mostrado inventividade e competência em curtas como Vinil verde, Eletrodoméstica e Recife frio e no documentário Críticos.
Malandros e cornudos à italiana
José Geraldo Couto
17.08.12
A comédia à italiana - gênero que teve seu apogeu entre meados dos anos 50 e meados dos 70 - foi relegada por muito tempo a um injusto segundo plano. Mas numa época triste como a nossa, em que, no mundo todo, o conceito de comédia parece ter-se corroído pelo humor estúpido do besteirol e das sitcoms televisivas, cabe uma revisão urgente da deliciosa filmografia de mestres como Mario Monicelli, Dino Risi, Pietro Germi e Luigi Comencini. Eles detinham um segredo alquímico que aparentemente se perdeu.
Um corpo que sobe…
José Geraldo Couto
10.08.12
Enquete realizada pela revista Sight and Sound a cada dez anos desde 1952 destronou Cidadão Kane (Orson Welles, 1941), o campeão absoluto desde 1962, e colocou em seu lugar Um corpo que cai, ou Vertigo (Alfred Hitchcock, 1958). E a pergunta que todos estão se fazendo - "Por que Kane caiu?" - me parece menos importante do que duas outras...
No brega, o Brasil profundo
José Geraldo Couto
03.08.12
O documentário Vou rifar meu coração desenvolve generosamente as linhas contidas em potência nessa abertura: imersão na paisagem física e humana; respeito e carinho pelos personagens e curiosidade por sua história; tentativa de encontrar o universal na experiência particular. E o veículo disso tudo é, evidentemente, a música. A música popular romântica, geralmente chamada de brega - e não sem razão.
Jorge, Nelson, literatura, cinema
José Geraldo Couto
27.07.12
O destino é caprichoso. Dois dos maiores e mais populares escritores brasileiros do século XX completariam cem anos neste mês de agosto: Jorge Amado (dia 10) e Nelson Rodrigues (dia 23). Os dois são também, de longe, os mais adaptados para o cinema e a televisão. Obras de Nelson Rodrigues inspiraram nada menos que vinte longas-metragens. Jorge Amado, por sua vez, teve livros seus transformados em dezessete longas.
Menos que nada é muita coisa
José Geraldo Couto
23.07.12
Escrevi aqui há algumas semanas sobre os "filmes invisíveis" - aqueles que entram em cartaz nas frestas (ou sobras) do circuito exibidor e desaparecem rapidamente. Pois bem, eis aqui mais um: Menos que nada, de Carlos Gerbase, que estreou no fim de semana em várias capitais brasileiras, mas em cada uma delas numa única sala e numa única sessão (sempre às 18h30). Quem estiver interessado não deve marcar bobeira.
