José Geraldo Couto

O filme “brasileiro” de Pablo Trapero

José Geraldo Couto

09.11.12

De tanto manifestarmos inveja do cinema argentino, Pablo Trapero resolveu fazer um filme "brasileiro", ou antes, o filme que os brasileiros se esqueceram de fazer. Não que não façamos "filmes de favela", mas os nossos, em geral, são bangue-bangues de mocinhos versus bandidos, ou de bandidos versus bandidos.

Gonzaga, melodrama popular

José Geraldo Couto

02.11.12

Uma boa história e uma boa trilha sonora são meio caminho andado, mas há que ter sensibilidade, engenho narrativo e competência artesanal para fazer disso um filme belo, interessante, ou pelo menos digno. E Breno Silveira saiu-se bastante bem do desafio. Gonzaga - De pai pra filho é um filme que informa, entretém e comove, e aparentemente suas pretensões se resumem a isso.

Mungiu, Kiarostami, cinemas libertários

José Geraldo Couto

29.10.12

A 36ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo entra em sua reta final, mas ainda há tempo de ver, entre outras preciosidades, dois filmes fundamentais: Além das montanhas, do romeno Cristian Mungiu, e Um alguém apaixonado, do iraniano Abbas Kiarostami.

A juventude de Domingos Oliveira

José Geraldo Couto

26.10.12

Domingos Oliveira é um fenômeno. Aos 76 anos, o diretor de Todas as mulheres do mundo atravessa uma das fases mais fecundas e criativas de sua carreira, a ponto de apresentar na 36ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo dois longas-metragens novinhos em folha: Primeiro dia de um ano qualquer e Paixão e acaso.

Choque de realidade nas telas de SP

José Geraldo Couto

24.10.12

Uns preferem viajar na fantasia; outros, mergulhar na mais crua realidade. O cinema permite alternar as duas coisas, ou, em alguns casos, entretecê-las numa só. É o que acontece, por exemplo, nos notáveis Reality, de Matteo Garrone, e A parte dos anjos, de Ken Loach, ambos em cartaz na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.

De Manoel a Miguel, o cinema d’além mar

José Geraldo Couto

22.10.12

Aos 103 anos, Manoel de Oliveira pode dizer que já fez de tudo no cinema, de documentários a épicos históricos, de ópera filmada a romances de folhetim. Seu filme mais recente, O Gebo e a sombra (2012), em cartaz na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, é o que se poderia chamar de cinema de câmara, no mesmo sentido em que se fala de música de câmara.

Bellocchio e a dor do outro

José Geraldo Couto

20.10.12

Começou a maratona da 36ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. E começou bem com o filme A bela que dorme, de Marco Bellocchio, que gira em torno do controvertido caso da jovem italiana Eluana Englaro, que passou 17 anos em coma antes de ter desligados os aparelhos que a alimentavam e hidratavam.

Rindo de quê?

José Geraldo Couto

11.10.12

Posso estar enganado, mas acho que esses risos provocados por filmes como Até que a sorte nos separe são o produto de uma sensibilidade moral e estética (de)formada por anos e anos de "videocassetadas" e episódios de Jackass.

O cinema canibal de John Carpenter

José Geraldo Couto

05.10.12

Carpenter é, antes de tudo, um cineasta visceralmente americano. Sua arte se dá no cruzamento do cinema da era dos estúdios com a cultura pop e o espírito iconoclasta dos anos 60. Sua cabeça foi feita, com igual intensidade, pelos filmes de Hawks e Ford, pelo rock, pelas histórias em quadrinhos e pelos movimentos libertários dos sixties.

Mar de filmes no Rio

José Geraldo Couto

28.09.12

Diante da programação de mais de 400 títulos do Festival do Rio, que começou ontem (28 de setembro), cabe perguntar: quem vê tanto filme? Nesse labirinto de produções vindas de todas as partes do mundo, é inevitável a sensação de aturdimento, além da certeza de estar perdendo coisas importantes. Para baixar a ansiedade e fazer do evento uma experiência prazerosa e enriquecedora, o melhor é preparar um roteiro prévio.