Killer Joe, manifesto subversivo
José Geraldo Couto
14.03.13
Como a maioria dos críticos, sempre encarei William Friedkin como um eficiente e pouco mais que rotineiro cineasta de entretenimento, que ocasionalmente acerta a mão, como em Operação França, O exorcista e Viver e morrer em Los Angeles. Mas eis que, aos 77 anos, como quem chuta o pau da barraca, Friedkin joga na nossa cara um dos thrillers mais contundentes e corrosivos do cinema americano recente, Killer Joe.
Shakespeare atrás das grades
José Geraldo Couto
08.03.13
Em César deve morrer, filme dos irmãos Taviani, adapta-se a peça de Shakespeare Júlio César, tendo como palco uma prisão romana de segurança máxima. Os atores são presidiários condenados a longos períodos ou à prisão perpétua. Na maioria dos casos, traficantes e homicidas ligados às diversas máfias que assolam a Itália.
Paolo e Vittorio Taviani: Shakespeare no cárcere
José Geraldo Couto
01.03.13
Em entrevista, os irmãos Taviani relatam como foi a filmagem de César deve morrer, uma adaptação da peça Júlio César, de William Shakespeare, rodada no presídio de Rebibbia, e atuada por detentos ligados a organizações criminosas na Itália.
O voo abortado de Zemeckis
José Geraldo Couto
21.02.13
O cinema de Robert Zemeckis trafega por um território entre a invenção e a convenção, aproximando-se ora mais de uma margem, ora da outra. Seu novo rebento, O voo, que concorre aos Oscars de ator e roteiro original, é mais uma prova de seu talento e competência, aqui num registro mais grave, menos juvenil, até pela seriedade do tema: um piloto alcoólatra envolvido num grave acidente aéreo.
Duas faces da guerra ao terror
José Geraldo Couto
19.02.13
Quis o destino - ou a mão invisível do mercado cinematográfico - que dois fortes concorrentes ao Oscar deste ano, Argo e A hora mais escura fossem filmes que podem ser englobados no tema geral da "guerra ao terror", mais precisamente da hostilidade recíproca entre norte-americanos e muçulmanos "radicais", a guerra nada fria de nossa época.
A mediocridade reluzente do Oscar
José Geraldo Couto
14.02.13
Está presente, em O lado bom da vida, a hábil combinação de duas tradições: de um lado, o drama de desajuste e inadequação pessoal; de outro, a comédia de pares românticos que vivem às turras até perceber que foram feitos um para o outro.
A ópera sombria da miséria
José Geraldo Couto
08.02.13
É difícil localizar qual é o "problema" de Os miseráveis. O conjunto parece sucumbir ao seu próprio peso, na falta de uma direção e de uma energia especificamente cinematográficas.
O corpo estranho de Joaquin Phoenix
José Geraldo Couto
01.02.13
Esse conjunto de estranhezas compõe um filme esquisito e estimulante, que não é uma acusação à Cientologia, nem propriamente uma denúncia social, mas simplesmente a trajetória de um gauche, o retrato de uma inadequação. O mestre se apresenta como um corpo estranho e torto no pasteurizado cinema industrial da atualidade.
O Lincoln solene de Spielberg
José Geraldo Couto
28.01.13
Desconfio que Lincoln agrade mais a quem se interessa por política do que a quem gosta de cinema (ainda que, obviamente, as duas coisas não sejam excludentes). Encontramos no filme de Spielberg um material riquíssimo para a discussão dos destinos do mundo contemporâneo a partir de um momento histórico crucial: a Guerra Civil norte-americana e a abolição da escravidão nos Estados Unidos.
O vermelho e o negro de Tarantino
José Geraldo Couto
23.01.13
Já se disse que o faroeste espaguete já era, em si, uma paródia do western, o mais americano dos gêneros cinematográficos, e que portanto o filme de Tarantino é uma paródia da paródia, pastiche do pastiche. É verdade. Consciente disso, o diretor, em vez de esconder esse caráter "de segunda mão" de Django livre, resolveu acentuá-lo alegremente.
