José Geraldo Couto

Soderbergh e o entretenimento disfarçado de arte

José Geraldo Couto

24.05.13

Para José Geraldo Couto, mais que apenas prolífico, Steven Soderbergh é um diretor irregular e errático. Mas uma observação atenta do oscilante Terapia de risco, atualmente em cartaz, pode iluminar algumas das encruzilhadas do cineasta - e do próprio cinema hollywoodiano atual.

Quem tem medo dos filmes de sacanagem?

José Geraldo Couto

17.05.13

"Vamos falar de sexo?", convida José Geraldo Couto ao apresentar os destaques da mostra Cine Privê - O erotismo no cinema, em cartaz até 28 de julho em São Paulo. É um evento com atrações extraordinárias, que peca apenas por ter selecionado quase somente filmes em que prevalece o poder destrutivo de Eros.

Movimento e paralisia no novíssimo cinema brasileiro

José Geraldo Couto

10.05.13

José Geraldo Couto comenta dois filmes nacionais que acabam de entrar em cartaz: O que se move, uma tragédia em três atos independentes e interligados pelo motivo recorrente da perda, e Cores, sobre um trio de jovens estagnados em um cotidiano sem perspectivas.

O país das domésticas

José Geraldo Couto

03.05.13

Para José Geraldo Couto, Doméstica, de Gabriel Mascaro, não é um filme panfletário. Na intenção de documentar o cotidiano de empregadas domésticas pelo Brasil afora, evita uma manipulação das imagens e falas que poderia ridicularizar o discurso dos patrões. Não se trata propriamente de um documentário sobre as domésticas, mas sobre sua relação com quem as vê.

A odisseia urbana de Karim Aïnouz

José Geraldo Couto

26.04.13

Para José Geraldo Couto, O abismo prateado, novo filme de Karim Aïnouz, confirma o vigor sutil do diretor. Enfrentando com brio o desafio de trabalhar sob encomenda do produtor e ao mesmo tempo manter a marca pessoal, conseguiu criar um filme potente e belo, ainda que irregular.

Haja hoje para tanto ontem

José Geraldo Couto

19.04.13

Hoje, de Tata Amaral, apresenta uma ex-guerrilheira atormentada por fantasmas do passado. Mesmo concentrando a ação num único dia, trabalha com um tempo híbrido, feito da interpenetração entre passado e presente. Fazendo uso da mesma faculdade cinematográfica de criar um território maleável e onírico, Vocês ainda não viram nada traz Alain Resnais em plena forma, retomando um dos eixos centrais de sua obra: o questionamento e a construção simultâneas da narrativa de ficção.

Uma visão sombria do Brasil

José Geraldo Couto

12.04.13

"Uma história de amor e fúria" é uma obra singular na cinematografia brasileira: uma animação que busca contar seiscentos anos da história do país por meio de um personagem que nunca morre. Por sua ambição e pioneirismo, o filme abre flancos para inúmeras críticas, algumas delas pertinentes, outras nem tanto.

Ozon e as artimanhas da ficção

José Geraldo Couto

04.04.13

Dentro da Casa se destaca como um dos trabalhos mais maduros e bem construídos de François Ozon, um cineasta nunca banal que costuma abordar de forma satírica os dramas da família francesa de classe média.

Vai que dá certo o super nada

José Geraldo Couto

28.03.13

Com seu acúmulo de clichês, sua direção vacilante e suas piadas óbvias, Vai que dá certo talvez não seja sequer um bom filme. Mas é digna de interesse sua tentativa de infundir algum sangue novo nas chamadas "globochanchadas". Já Super Nada traz declarações de amor ao duro ofício de fazer do corpo e da voz um instrumento para divertir o público.

Pietá e o cinema da crueldade

José Geraldo Couto

21.03.13

No filme do sul-coreano Kim Ki-duk, a ultraviolência é artificial, fútil e, no limite, gratuita. A brutalidade é fetichizada como algo inerente ao ser humano, fruto da falta de amor e produto de um mundo desgraçado pelo dinheiro.